Podemos dizer que estamos em uma nova era quando falamos sobre o tratamento da enxaqueca, agora existem fármacos específicos para a condição com base na sua fisiopatogenia e atenção particular ao papel do CGRP (peptídeo relacionado com o gene da calcitonina).
Os anticorpos monoclonais utilizados na enxaqueca são fármacos que bloqueiam o CGRP diretamente (anti-CGRP) ou bloqueiam os receptores onde o CGRP se iria ligar. Atualmente já dispomos de 4 anticorpos anti-CGRP, o Erenumab, Fremanezumab, Galcanezumab.
Esse é um tratamento de alta tolerabilidade e baixo efeito colateral e por esse motivo eles formam a primeira classe de medicamentos específica para prevenir enxaqueca. As drogas usadas até então, eram emprestadas de outras especialidades, como a psiquiatria e a cardiologia. Os resultados já aparecem no primeiro mês, enquanto os outros tratamentos demoram mais para surtir efeito.
Atualmente, os anticorpos monoclonais têm sido indicados para pacientes que não tiveram sucesso com outras medicações ou não toleram seus efeitos colaterais, como lentificação do pensamento, sonolência e ganho de peso.
Ainda não é possível fazer esse tratamento pelo SUS e as tentativas de colocar no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para serem cobertos pelos planos de saúde por enquanto fracassaram. Mas você pode contar com médicos e clínicas especializadas para iniciar o tratamento, que é o que há de mais moderno para enxaqueca crônica no momento.